A mesma sombra que foi teu berço, amanhecendo pálpebras, raízes
Hoje faz-se cálice, a mesma água que bebes alimenta o mesmo
Sangue do útero, a febre ao agradar céus instáveis no azul faz-se
Uma mentira, os caules, que morrem podados, reciclam, verdes
O mesmo solo que amas, faz-se o mesmo céu que te amanhece, a
Realidade, imperecível, adormecida nas ruas e crateras ou no teu
Próprio astronauta em sono adormecido na tempestade da potência,
O rio que banha o teu corpo, faz-se o mesmo, dentre mentiras
Ao oeste vês o dilúvio e ao leste as cavernas, no centro as montanhas
E aqui, a ingenuidade divina, matastes os que te amaram, pois deles,
Esquecestes as sementes, desta forma matares a ti, para transbordar
No câncer da fumaça, logo pissas na superfície do rio como um inseto
Permites que o animal seja teu pai, permites que a selva seja o zoológico,
Permites que tuas crianças sintam a ausência de deus, adormece no
Sonho a ambição da potência, adversário dentre guerras intrínsecas,
Permites que evaporem e te deixem nos vestígios do lodo, verdejante
Apodrecida atmosfera diante das plantas, criticas os dons pela forma,
Hipócrita, dá para as igrejas a penitência e a salvação ilusória, fantasma,
Amo aqueles de temperamento feminino, a máscula semente das rédeas
Transforma os cavalos em tiranos, te amo, meu amor, sono de relva e
Orvalho
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