domingo, 31 de outubro de 2010

Fado da Maresia do Silêncio Das Ondas Da Vida


Insistente a névoa dos espectros envolvidos pelo azul dos céus a encobrirem o universo da eterna expansão do fado onde a essência se estabelece precedida, incógnita e manifestada nas tempestades do sublime sobre as impressões da realidade a se estenderem aos  fragmentos do verde latente da vida a delinear o fluxo  dos destinos do espírito ao corpo no purgatório onde o ser apresenta-se envolvido no mundo efêmero encoberto pelos véus da mortalidade a fluir no mar das ondas diáfanas do vácuo e dos átomos,  a relatividade da existência penetra no devir das sociedades, a dança dos astros desce a minha sensibilidade quando me adapto a música de minha alma, a insistência imortal estende suas lâminas para além da suposta vulnerabilidade ocasionalmente incondicional; o espaço e o tempo, meu temperamento e minha história se estendem para além dos devaneios do não-ser, os cosmos se espelham na eterna dialética de minh'alma, se movimentam em meu corpo, o mundo-interno e o mundo-externo são a espiritualidade e o materialismo simultâneos, haveremos de persistir para além dos limites da morte incompreendida, o nascer e o padecer constantes testemunham o reflexo da divindade incontestável na explosão do firmamento aparente

Aurora, Sol à Avenca dos teus Olhos

Já adormecem céus a expandirem-se firmamentos concêntricos,
Uma barata impressa a analítica cama circuncidada nos véus,
A lâmpada no negrito laranja a excluir a aurora que inaugura 
A metafísica da ilha, micro-cosmo místico do sentir Apolo a 
Abraçar-me no verde de montanhas, raios do Pai e do Filho,
Perdão dos cactos íngremes dos moinhos de um coelho a 
Zanzar apressado com a sucata de sua liberdade vendida as
Cinzas de um cigarro, a fumaça psicológica, raio de Zeus a
Despedaçar o divã a encobrir as quatro luas: da luz, dos 
Campos do Paraíso sensível a semearem sementes da Vida
Viva, do te ver sobre o espelho dos teus olhos e do teu coração,
Diafragma às marés e ondas da vontade do silêncio imortal;  
O branco a evaporar-se no buraco negro ao qual quatro quartos
De paredes envoltas pela madrugada da madeira vulnerável ao
Sal da terra, semente da música de Pã, estrelas emitem o feixe
Solar, centro da mutação ao dilúvio do navegar nas raízes do
Mistério a desvendar-se odisséia, movimento nostálgico da 
Vida Eterna, no destino viável semente do Mito onde a gênese de Hércules
Envereda dentro do âmago de espadas, dinamite apocalíptico,

Do manto indissolúvel correnteza dos magmas a contornarem,
O vermelho envolto, lâmina lânguida, língua das cobras impressas
Na analítica psicologia barroca, tânatos e Édipo, reclusos hemisférios
Ora antárticos ora desérticos, as raízes do tempo embotadas pela
Tirania das línguas de serpentes no porto decadente da madeira exposta
Ao fogo das paixões, tempestades de tigre, espaço-naves impressas 
No azul, a imensidão dos cosmos limitada ao crepúsculo de quadrados
Aonde o diafragma do Sol, coração a renascer a cinzas do divã
De Vênus enquanto aurora dos arcos de arcanjos viáveis no purgatório
Aonde o paraíso tangível a pele penetrar-me sensibilidade aos
Braços de meu pai viável amadurecimento, família restaurada pelos
Espectros na dança à qual nuvens na caligrafia da imortal temperatura


A forma dos navios estridentes frutos do silêncio, maça cicatrizada 
Do te sentir moldado(a) pelas formas variáveis da vontade de Afrodite
A enfeitiçar as sementes de verdade sorriso adentro, ama-te a te
Mesmo, destino, porto adiante, oceano, descoberta da América da
Renascência do ventre das mãos dadas, o dia de amanhã descoberto
Na metamorfose do casulo em borboleta, do homem em filho de deus,
O tropicalista olhar intrínseco do renascer de todas as cinzas do universo,
No vôo das tuas asas sólidas, das tuas asas amarelas, das tuas asas sensíveis as intangíveis descidas de Fênix à iluminação das invisíveis crateras crateras