segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

As Cascatas, Pedras, Mananciais

As cascatas, as pedras, o azul fluído da memória, trago em mim

As cinzas do destino de Eros. Cervos, navios, galerias de arte

Traduzindo celulares em pias, meninas em parque aquáticos

Sorrindo enquanto as noites de insônia há três anos vedavam 

Para sempre o que as posses e intelecto não poderiam

Comprar. Terra nutrida de mulatos, caboclos, negros, o

Pelourinho, os morros, engenhos, senzalas e os cursos de

Direito, medicina e escolas de engenharia enquanto os 

Jornais dissecavam o oiro português legado a metrópole.


Nossas percas não são simplesmente ausência, se tornam

O fado das fortunas vazias que caem, pois não foram os 

Ricos estimados em último grau pelo Redentor, mas os 

Pobres, as lágrimas salgadas dos com fartas contas 

Bancárias gemem solitárias onde paisagens forasteiras 

Não podem comprar a caridade não esquecida. Sair dentre

Aviões, cruzar a Ponte do Brooklyn e se lembrar das 

Ofensas contra o próximo, de estar em uma cobertura e 

De chorar dilacerado por priorizar os bens e o saber acima


Da pessoa humana. Pã poderia tocar sua flauta, as ovelhas

Seriam levadas pelo seu pastor, alguém cujas mãos são 

Macias e cuja Igreja é um coração sensível e terno de 

Origem e vivência provinciana, alguém que nunca usou o

Que obteve para ferir o outro. A manhã fala uma linguagem

Úmida no caos da morte rarefeita sem a presença divina,

Pois sem a possuir, somos pessoas ocas que desfilam na

                Agonia da vaidade das trajetórias que se perdem.

sábado, 20 de dezembro de 2025

A Serração Ardente da Subjetividade Dos Teus Olhos

Os castelos, arranha-céus e os vampiros urbanos, estrelas 

Esfriando e moças virgens tendo colapsos nervosos ao lado

Das ribeiras dos rios. Como as onças em busca de presas,

O ouro e as rodovias trazem consigo contas em banco e 

Solidões impactantes. O leito solitário do jovem burguês, 

Os ídolos ricos e inteligentes dentre labirintos e cinzas de

Cigarros com rastros de câncer, ou de isolamento após 

O preço do orgulho saturar a mente e o corpo em 

Neurastenia ante o eclipse da paisagem em colapso.

Meninas andam nos pastos verdes, levam consigo livros,


Revistas sobre amor platônico, existencialismo, cubismo,

Futurismo e os rapazes em suas caminhadas olham para 

Elas com o peso das crianças acorrentadas pela

Propriedade privada, dentre árvores elas aparentavam

Estar livres e a prata evoluiu para a fotografia de um 

Horizonte perdido. Tupinambás, celtas, angolanos e 

Normandos em guerra, os carros passam na frente da

Fazenda, os canaviais já estão fartos, a cana geme a 

Dor histórica. O eterno retorno e a ânsia sofredora de 


Pessoas sensíveis em ruas de Higienópolis, Manhattan

E Paris, turistas perdidos em pedras e vidraças modernas,

O bem adormece no princípio do prazer, e a febre tem a 

Cor dourada de um sonho ante o sono azul. Só Deus tem 

As respostas de um universo ermo onde o adulto redescobre

Seu paraíso na primavera da caridade delicada do início 

                             Da fonte, cujo manancial são as

                                   Luzes indivisíveis do Espírito Santo. 

domingo, 23 de novembro de 2025

Moradas Tardias de Um Rio Despercebido

Se preparar, o rio e o sangue diluído, a febre, o poder e ouro.

Árvores, gramados e crianças livres com video-games de 

Modelos novos, jogos com violência gráfica de geometria

Espacial implacável e a liberdade para falar o que dar na 

Telha. Terços e rosários inexistentes em casas, educação

Comercial, competição e pessoas medidas como coisas.

Paisagens contempladas, destinos externos, passagens 

De viagens e a interioridade relegada ao precipício. 

Pessoas humilhadas, surradas por palavras que carregam


Lâminas como facas. Sarcasmo, espírito cosmopolita, 

Qualquer mínima conquista é motivo para se considerar 

Mais que o outro, e às vezes a ilusão é grande o suficiente

Para não sofrer. O mesmo Cristo passa a ser crucificado

         Desde a aurora até depois da madrugada. Paixões 

Vazias, o aumento da natalidade e a demanda de pessoas

Se adaptando ao individualismo, consumo, exibicionismo


Digital em enxame. Os santos sentem o peso do mundo 

Ignóbil, a loucura é maior que a adaptação a uma sociedade

Vã, os desatinos que aparecem na época de relações

Líquidas permitem o auto-conhecimento em gerações de 

Fantasmas que se alegram com festas, passeios e parvoíces.

Se o divino existe ele aparece de verdade no existencialismo

Que burila a essência dos que se permitem arder para serem

                                                                                   Humanos.

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

O Sonho Alado da Simplicidade

O sonho alado do destino, meninos brincando com trens em circuitos 

Lúdicos, o fluxo dos passageiros e das chegadas, carvão, crianças, 

Malas com fotografias, estudantes, sonhos e ciladas. O inverno 

Ante aos salgueiros e elmos traduz nas ovelhas de lã avultada

Uma visão de uma Arcádia alegórica e ao mesmo real. Reinos e 

Soldados, repúblicas e exércitos, raptos, distância e relevos


Emocionais caóticos. Os príncipes e os pequeno-burgueses, 

A angústia de uma época não tão nova com estes últimos, 

A música, a juventude e os apegos traduzidos em arroubos.

O mundo é uma terra de guerra por oportunidades, ganhar e 

Acomodar-se na mentira de uma vida solitária e individualista.


Preparar infantes para vestibulares, passeios e gostos estéticos.

Ecos de loucura onde a gravidade chama os apartamentos 

Para o calor da superfície da terra, dilacerada. O sonho e o lucro

Juntos simbolizam tragédia, a pobreza nos foi legada por Cristo,

Os passionais com seus objetivos são sofredores insatisfeitos 

Consigo mesmos, pois a misericórdia e a justiça são os bálsamos

   Dos que negam o aparente e se doam como criaturas de Deus.

A Subjetividade Terna, As Crateras Lunares, O Cordeiro da Primavera

Os teus olhos, quais as crateras lunares para Galileu, a alavanca de

Arquimedes, a tua íris envolta no mistério profundo onde as linhas 

Passionais da vontade trazem consigo castelos, pestes onde povos

Correm dilacerados e templos mais remotos, onde o animismo 

Existia dentre a grama, sonho e solidão da liberdade dos Deuses

Passionais. Talvez o fado dos dias bucólicos no ouro desconhecido

Dos nativos deste continente esconda conosco uma dor entre a


História, os mitos e a tristeza angular do que está além do mundo 

Físico. O amor dilacera a pessoa humana, o poder que escraviza e

Adoece está entranhado no sofrimento psíquico, na medida em que 

Caímos, somos, e ao subir tudo está na grandeza da queda. 

Os dias tristes trazem o alento filosófico do sentimento do universo


Onde há um Deus que excede a violência inata de uma espécie 

Primitiva. A tenra expressão de uma melancolia feminina, qual

O véu da Mãe de Deus que sofre ao ver o filho, mas sabe que 

Ele ressuscitará, pois aqueles que se fazem pobres e sublimam

Suas sombras, são aqueles que amam, ainda que menores, 

Pois o Redentor não tinha sombras, mas deixou-nos perene a 

                                                                 Constância de sua luz. 

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

O Destino Envolto no Veludo Azul da Memória Purgada

O destino incolor do útero azul do destino desconhecido, as cicatrizes

Da alma recolhida. Os teus olhos exprimem a emancipação dos meus 

Dias solitários, Aquiles e Peleu estão ermos deste mundo de guerras e

Raptos, os sonhos traem a pureza em um mundo onde os amores são

Transitórios e contratos se quebram como taças de cristal quando a 

Vontade irracional não alcança o divino. As árvores, beleza e sono, 

Minha existência é tão fugaz quanto o tormento dos ecos de quem


Foge das aves de rapina durante a caça, pois as certezas de ontem 

Estão abaladas, a convicção na paixão e apego decaem, buscar a 

Verdade e ir ao mundo, é provar a amargura de que o sistema de 

Nossa sociedade é traidor. Se um dia pudéssemos ver além dos

Afetos frustrados e garantias externas, a terra poderia gemer e a 

Vida não estaria abatida, talvez a ternura materna de um afago 

Dócil traga a verdade ante as pelejas de quem está com a razão.

Só Deus tem mãos permanentes na finitude do fado daqueles que 

                                                                                             Sentem.

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

O Tempo, Os Chacais e Rios. A Eternidade, O Repouso e O Movimento

A memória dos infantes, crucifixos. Os tubarões, raios de um

Céu tempestuoso dentre névoas, o relógio de sol e a sombra do 

Destino dentre mares onde Netuno e as oceânides ardem no caos

Do verão de meu sonho. Cupido com suas flechas arma afecções 

Solitárias onde faunos e homens em desatino estão arrebatados,

Uma espécie primitiva entre cavernas e apartamentos. Nos cinemas 

E Streamings a memória de Laurel e Hardy, Chaplin, Keaton e Lloyd

Estão dentre uma linguagem complexa de onde a morte, drama e 

Paixão ardem como reflexos de uma subjetividade íntima fraturada.


O amor está sendo confundido dentre cálices de vinho, propagandas 

De voos e eclipses efusivos em redes sociais. O ciúme sexual e as

Reminiscências do intermédio da pré- e a própria adolescência, e 

A ira de uma justiça que está além da ponte que nos leva para o 

Além do que supostamente supomos ser o homem. Dentre rios,

Vitrines de lojas de tecnologia informática, música e vídeo e 


Livros contemplamos o que excede o mundo físico nas formas onde

Círculos, cubos e paralelogramos estão na geometria da linguagem 

Que excede o que poderíamos entender como o limite do Homo 

Sapiens. O devir da superfície revela a profundidade ou do martírio

Existencial dentre baratas, encurraladas e mistérios onde a ausência

Da aparente beleza explode o nada e explora o significado.

O divino está vivo, o tempo e os apegos passam, mas eternidade

                                                                                             Doura.