As cinzas do destino de Eros. Cervos, navios, galerias de arte
Traduzindo celulares em pias, meninas em parque aquáticos
Sorrindo enquanto as noites de insônia há três anos vedavam
Para sempre o que as posses e intelecto não poderiam
Comprar. Terra nutrida de mulatos, caboclos, negros, o
Pelourinho, os morros, engenhos, senzalas e os cursos de
Direito, medicina e escolas de engenharia enquanto os
Jornais dissecavam o oiro português legado a metrópole.
Nossas percas não são simplesmente ausência, se tornam
O fado das fortunas vazias que caem, pois não foram os
Ricos estimados em último grau pelo Redentor, mas os
Pobres, as lágrimas salgadas dos com fartas contas
Bancárias gemem solitárias onde paisagens forasteiras
Não podem comprar a caridade não esquecida. Sair dentre
Aviões, cruzar a Ponte do Brooklyn e se lembrar das
Ofensas contra o próximo, de estar em uma cobertura e
De chorar dilacerado por priorizar os bens e o saber acima
Da pessoa humana. Pã poderia tocar sua flauta, as ovelhas
Seriam levadas pelo seu pastor, alguém cujas mãos são
Macias e cuja Igreja é um coração sensível e terno de
Origem e vivência provinciana, alguém que nunca usou o
Que obteve para ferir o outro. A manhã fala uma linguagem
Úmida no caos da morte rarefeita sem a presença divina,
Pois sem a possuir, somos pessoas ocas que desfilam na
Agonia da vaidade das trajetórias que se perdem.