quinta-feira, 25 de julho de 2019

V

Na medida em que te contemplo, a memória da morte em rio dilata
A minha paixão. De reis, soldados, civis mortos e as feridas dos
Ciúmes do pecado original. O vinho, o mármore e um abril de
Três quartos de sono oculto entre florestas selvagens. Tal primitiva
                                           Ânsia melancólica à pequenez do desejo.

Heranças de Eros e flechas de Cupido em uma primavera triste.
Jornais, dinheiro e a queda do mercador que fui. Eu, tal como o
Antigo príncipe, o caçador de cervos nos planaltos onde residia
São Francisco de Assis. Através de versos, o meu nada revelar
Posso. Sentindo-me frágil e indiferente a minha pobreza espiritual.
Seguia firme, isento de alicerce. Uma criança comum dos nove anos,
Mais um filho de uma burguesia desolada. As portas do iluminismo

E as Igrejas esquecidas, a revogação da eucaristia. A arte, a música
E a ficção de um passado. Doze anos e a ingenuidade de amizades
Relativamente felizes, o oscilar do primitivo e do espírito radiante.
A transição ao antropocentrismo filosófico, a ebriedade aos sábios
                                                         E também imperfeitos filósofos.

A queda do racionalismo. A perfeição dos teus olhos dóceis, santos e
Angelicais. A literatura e a poesia na fragilidade do meu agnosticismo.
A atração magnética de minha dimensão centrífuga abandonada ao
Acaso por responsabilidade minha. Apenas o que restou a minha
Aparente grandeza foi Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus. A humildade
Perene do que não passa. A devoção a Virgem santa e casta, Maria,
Que me faz ver, o sublime ato, o único verdadeiro: a tua beleza
                       Em todos os sentidos, idílio de uma santidade eterna!

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