O mistério do amor está latente nos raios intermitentes de um crepúsculo
Adormecido nas pétalas de um sono desvairado pelo drama de um ator
Atormentado com o fogo do poder que tramita nas raízes dos olhos de um
Rei nos delírios de um espaço solitário. Dentre tempestades e navios
Negreiros, cavernas e famílias adormecidas em ouro, enxerguei sonhos
Esculpidos em deuses Romanos, sacrifícios, paixões e ventanias profundas
De espadas e o tempo, à parte, repercutindo em um não-Deus latente
Nos cavalos e relógios em que a Revolução Industrial e o Iluminismo
Trouxeram sombras e recursos para o agnosticismo da aparência dos
Fortes e militares de uma guerra deste ser-tempo escondido no romantismo
Das grutas, árvores, flores e gramados orvalhados em que a adaptação das
Cidade ao verde da possibilidade de tocar a face idílica da virtude.
Reinos lutando por terras e um estábulo onde crianças teciam um bordado
De orvalho em meio a relva. Ao longo de uma primavera de rosas perenes
Vi uma mãe acompanhando um menino de onze meses dar passos escassos
E mergulhar em seus braços, um pai atencioso voltar do trabalho e lhe entregar
Seu colo com lágrimas latentes em um tempo perdido em que os jornais não
Comprariam a política da misericórdia. Em uma Europa de raízes dispersas vi
Lobos, na América visualizei felinos agressivos e selvagens, nas calçadas do
Homem em formação vimos a caça e o frio, o medo, a noite descendo e a luz
Dos olhos da Virgem Maria abrindo o manto da lua para o sol de Cristo.
Enquanto isto mentiras, ciúmes, igrejas e impérios no orco iludem homens e
Mulheres ao passo que os índios e a mãe terra se perdem dentre a bondade e
O instinto selvagem latente nos olhos azuis e castanhos do berço de todos,
A profunda e misteriosa África.
Eu sonhei um inverno de ruas, veredas agrestes e moinhos de vento estagnados,
Vi fantasmas, galerias de arte e jovens latentes no cortejar de prazeres e o vinho
Banhando as ambições penetrantes nas cidades. Visualizei flores e mortes de
Artistas, missionários e almas delicadas em um mundo em que o dinheiro
Pressupõe escolhas e apreensões. Simultaneamente a mesma juventude
Ocasionalmente encontrava-se adormecida em encenações de teatro, mulheres
Atormentadas em um oceano de fé e a solidão de ofícios de burocratas, surtos
Em criaturas sensíveis em um mundo onde o sucesso e o riso fácil da manada
Dos normais traz o leito da sensibilidade. O visível está cercado por bestas,
Gaiolas e bombas explodindo o alicerce da dimensão última, Deus. Nas
Diretrizes de um silêncio profundo, os anjos fazem um coro celestial e apenas
O amor profundo, germinando a primavera em meio as terras secas e
Devastadas faz com que os pássaros impressionem nos prados o olhar da
Criatura sensível, a morte e a aparente face do destino estão nos túmulos e o
A vida faz-se eterna na dialética dos céus e do Orco, a morte nada sabe,
Tudo supõe e em desespero se perde na tragédia dos animais, mas o fogo
Do amor faz-se eterno e a delicadeza do lado feminino faz do amor
Incondicional a eterna fonte da mesma vida em abundância!
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