A fratura da prata, os raios do inverno adormecido nos olhos da virgem, o
Ventre da paixão como um furação, os australopitecos retornam, o espírito
Contraí as nevascas, eu a quero afora de mim, ela é uma terra, eu a vejo
Como a flor em plena primavera, minhas lágrimas descem em meus olhos,
Como relógios cicatrizando o selvagem, sua beleza faz-se inegável, assim
Como eu a vejo e crio o império Romano na frágil argila da minha carne,
Os fantasmas, os soldados, o vulto de Júlio César retornam, mas eu posso
Viver sem ela, eu posso sentir o vento, eu posso semear o vento, pois há a fé,
Ela mora em mim, ela faz-se humilde, ela faz-se a luz do amor eterno
Os séculos passam, a Inglaterra, a rainha Elizabeth, a Índia, a revolução industrial, A escravidão no solo latino, as navegações europeias, a África dos leões, os índiosE seus ritos vivem na ferida puritana, castelos e vinhos do Príncipe Feliz de Wilde,Em mim, vivem muitos, meus eus são sensíveis choques elétricos, mas Apolo ilumina, Abre a luz, as trevas, ausentes fragmentos sem luzir, são a lua em eclipse, meu ser, Crateras nos olhos da criança, muito sol na noite efêmera, raízes verdes, Maria, nossa mãe.
A vida, minha vida, uma luta da natureza contra o prazer, uma luta do prazer
Contra o humor, uma luta do humor contra o instinto, uma luta do instinto contra
O fato, uma luta do fato contra a realidade, uma luta da realidade para criar a
Fantasia, a luta da fantasia para criar o divino, sem fantasia os túmulos são cemitérios, Com fantasia os cemitérios são cicatrizes, as almas são bloqueios da luta contra o Inferno, a luta contra o inferno faz-se a construção dos céus inevitáveis, relva úmida...
Maria, mãe de deus.
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