Nem aos Deuses ou aos anjos, o ouro recôndito das colônias de um azul
Soturno. Adolescer nas calotas polares onde a linguística de mundos
Desconhecidos em crateras, montanhas e odisseias onde dentre rios
Caudais de desespero, arte e morte; os teus olhos ocultam-se na penumbra
Dos sótãos europeus de um outono desconhecido. Já aos impulsos juvenis,
Cristalinos ao redor dos cervos, prados e auroras de um dia cinzento. Linces,
A demasia das ruas onde os trilhos dos trens traziam colegas e livros dos
Bairros nobres de Buenos Aires enquanto nos sertões os tiros relapsos
Ardiam e dentre a metafísica dos seixos, cactos e secas; morríamos vendo
O que não nos pertencia dentre brados de liberdade, fraternidade e igualdade.
Atravessar os relevos ao meio das serras; jesuítas, desastres e cemitérios de
Tribos indígenas. O jovem fumante francês que participou de batalhas da
Primeira guerra, suas leituras de filosofia existencialista e uma moça
Grávida diante de suas inquietações e ignorância da religiosidade de seus
Ancestrais esquecidos.
Tu que tanto a amavas; as luvas e as caças. Os nobres decapitados,
Os vestígios da aristocracia romana. Onde andam os passos esguios
De uma primavera decrépita. Será o tempo a consumação das jornadas
Infelizes dos que se tornaram seres morais e deixaram sua vida
De conforto e ofertaram-se aos desvalidos e humilhados, após Tantas
Mentiras? Casamentos, contratos, infortúnios e separações. As infâncias
Infelizes dos que perpassaram Nova Iorque, Berlin, Roma e atingiram
Os primeiros lugares nos vestibulares mais difíceis. Vivo em mim a
Melancolia de ser todos em um, de trazer na ancestralidade os cristãos
Que mataram os negros que vivem em mim, das mães de filhos
Homossexuais incompreendidos, de um inferno de onde ela se foi
Para nunca mais vir em um mundo de peraltas niilistas intrépidos.
O amor destrói a subjetividade macabra, pois sua filosofia faz-se
Espiritual, os fantasmas de séculos passados batem a porta dos
Pequenos burgueses que vendem-se por seus talentos. Estes somos
Nós, os infelizes, os que se sacrificaram por aquilo que jamais
Poderiam alcançar como filhos da descrença.
O não-ser e os genes dos símios dentre taças de vinho e cachecóis ao inverno
Da humanidade vulgar a exibir-se em redes sociais tais como o modelos
Padrões de um mundo vil e inóspito. A fenomenologia da consciência animal.
O ventre materno de ouro, formigas em bandos de alpinismo mirrado.
O mundo das formas e a fase cética dos adolescentes que carregam nos
Ombros os ciclopes narcísicos sepultados no Orco, a tragédia de estar
Como peregrino no carnaval da genealogia do ridículo.
A casa dia que se passa homens materialistas e tolos em festas seduzem
Moças em jornadas de dinheiro, individualismo e tóxicos; o paleolítico
Está tão presente dentre ruas asfaltadas e arquiteturas de metrópoles
Pós-modernas. O Deus Pã e sua flauta, o rebanho de ovelhas; a pele dócil
E morena das mães filhas da pobreza de espírito e das bem-aventuranças,
A castidade da nova era teocrática. A Igreja de Dante renascendo as
Moradas mais últimas do paraíso. Cavernas, lobos, sair dentre
Escolas, universidades, escritórios, oficinas e acessórias onde a besta
Tenta perverter as famílias das trilhas do espírito. O teatro, o cinema
Arqueiam a tragédia do filho do homem e a comédias dos costumes
Aparentemente civilizados. Ela foi e ainda exprime-se mais que tudo
Para mim. Talvez na consumação dos dias que não foram, o paraíso
Perdido foi, enfim, o maior meio de deparar-se com a problemática
Do ser, do tempo, da existência filosófica do problema da morte, da
Compreensão de que o santos são maiores que os ídolos das nações.
Todo dia em que o sol perpassa o horizonte contemplativo de
Toda a miséria humana e graça divina, concebo que o que me
Leva a estas raízes preenche-me por inteiro e íntimo sendo meu clamor
Para Deus; venho a desvendar que nada faz-se capaz de fazer morrer
A eternidade da pessoa de Jesus Cristo, o filho unigênito do Pai que
Vive em nós, transcendendo-nos, humilhando-nos e fazendo-nos
Criaturas que são. Cultivo dentro de mim a semente desta verdade
Que nunca haverá de morrer!
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