Desabitado e dentre rios de fantasmas distantes, ante minhas impressões de
Um crepúsculo consumado em desespero, poderia talvez, pensar no
Sono dos príncipes, na odisséia dos jovens burgueses infelizes e na
Solidão filosófica das criaturas sensíveis. O amor é tão ferino para a
Grosseria do instinto, por ventura na inexistência do teorema de Pitágoras
Ante o mistério da morte, na liberdade do karma, onde os torturadores
Não se lesionam, os traidores não tendem a procurar namoradas solteiras
Como eles em enigmas de um purgatório terrível diante da vontade
A eliminar o trajeto animal de um corpo infeliz cujo poder do cérebro e
Da força liquidou a alta capacidade de amar por um trono de ilusões.
Pensar na liberdade e no amor é mais que o desastre de uma paixão
Ébria e desventurada. A terra pode existir sem a vaidade dos que se
Dedicam a arte, ciência, estes buscam para si mesmos a própria destruição.
Lojas abarrotadas de presentes no carro com o chofer de uma matriarca
Abastada, o filho em uma piscina particular com três moças despidas…
Este talvez ainda arda menos em suplício que aquele que estuda demais
E abandona a ilusão de uma potência que o corroí. Jesus veio ao
Mundo pobre, foi casto e morreu em uma cruz, não podemos esperar
Em sociedade uma vida cheia de confetes e aplausos, os holofotes tem um
Fardo pesado para o megalomaníaco. Feliz e bem-aventurado é o que se
Tem em pouca conta e faz tudo o que pode para servir o outro, pois ir atrás
Dos próprios sonhos na era do individualismo é uma chamada para a morte,
Todavia realizar o uso dos dons naturais e espirituais é o caminho para nada
Mais que o próprio céu, o lugar onde a solidão não existe em um exílio
Espacial, já que aquele é onde o egoísmo e as feridas do ódio se extinguem
Para sempre, por tudo haveremos de bem aceitar a trajetória do sofrimento
Na realidade aparente, posto que a efetiva requer a renúncia que nos lega
O amor.